19 de dez. de 2012

Retornar

Me vejo na repetição diária,
O ato de retornar

Me vejo refazer,
Reviver

Retomar,
Retornar

Me vê passar
A olhar

Te olhar,
Apenas imaginar

Beijar,
Apenas desejar

Apaixonar,
Repetição diária

A cada dia,
Com teu suspirar

Em sonho,
Sou eu a te amar

Repetição diária,
Sonhar


Me vejo refazer,
Reviver

Retomar,
Retornar


Por Vitor C. Ramos

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Vida

Se o tempo corresse
Como a memória
Que escorre
Resfriando os globos
Acariciando
As maçãs
Paralizadas

O sonho para
E se repara
Que de sonho
Não era nada
O sonho não estava
Só,
O desejo a aumentar

Se ausentava
A memória dispara
Busca
Te encontra
Apagada
Longe
Amada

Era linda
Morena e linda
Assim
Sorrindo
A nos arrebatar
Sob a escuridão,
A pálida Lua

Já não havia
Nada
Ou se quer alguém
A pensar
E vem você
Linda
De encantar

Em tuas perfeições,
Entre alheias,
Imperfeições
Tantas objeções
Misturada a tequila
Com um beijo
Partiu, linda

A vida
Vida
Linda

Por Vitor C. Ramos

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18 de dez. de 2012

Ada

Perdi-me sob o plácido
Profundo manto
Céu
Um mar
Amar,
Amando
Debaixo de céus
Encanto

Espaço infinito
Um astro perdido
A noite
Te ter sob meu céu
Ao céu,
Pertence,
O prazer do gosto

Aos olhos, o rosto
A boca
O resto
Todo o corpo
Sidéreo
Venéreo

Fulgor infinito
Alvo
Cupidíneo
Trespassa
As colinas
Partiu
Se viu e se perdeu

Perdeu-se
Ao mar jogada
Afogou-se
E no nada
Se esqueceu
Se perdeu
Amada

Por Vitor C. Ramos

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11 de dez. de 2012

Gente

Vi
Ouvi
Conheci
Gente

Inconsequente
Independente
Irreverente

Gente

Que ama
Que chora
Que se rende

Gente

Que usa
Que abusa
e joga fora

Gente

Apenas gente
Não valem a palavra
Não valem nada

Gente

Que mente
Ausente
Demente

Gente

Que não é gente
Que não sente
Ou que mente

Gente

Que se arrepende
Quando o tempo
Se torna inexistente

Gente

As quais o tempo
É impertinente
E acaba

Apenas gente

Por Vitor C. Ramos

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6 de dez. de 2012

Tentação

A voraz
Atrocidade,
Fatalmente,
Íntima conhecida,
De minha alma

Vai repondo-se
Ao constante lugar,
Volta a pisotear-me
A cada segundo,


De férias saiu,
E por pouco se ausentou.
Hoje já volta
Ao lugar que há pouco,
Por caridade deixou

Só,
E novamente só,
Sofre e se cala
Caindo em tentação
Vive em vão

Por Vitor C. Ramos

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5 de dez. de 2012

Mercúrio

Mesmo no pouco
Passado e presente
Que a pouco temos

Mesmo na pressa
No medo
E no zelo

Deixa dizê-lo
Te quero
E não há erro

Não há tempo
Antes do fim dos tempos,
Que acabemos com um beijo

Que acabe
A pressa, na pressa
O que começou com festa

Fizeram aparentar
Aparentados
Achando erros

Que erro fora
Cruzar a linha, tênue
Do passado e presente

A estreita margem
Entre um beijo
E o eterno desejo

Desejo
Tão cedo vê-la
Tê-la uma noite mais

Desejo
Um beijo
O dia inteiro

Por Vitor C. Ramos

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2 de dez. de 2012

Encanto

Fosse o brilho de olhar
Olho de olhar
Boca que quisera beijar

Fosse o frio a nos alimentar
Fosse o sono
Fosse os olhos a olhar

Fosse o canto
O orvalhar
E as ameaças da fortaleza

Fosse teus olhos
E o encanto a me derrubar
Que encanto de encantar

Por Vitor C. Ramos

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30 de nov. de 2012

Nós


E volta
Em chave
Em clave
Aperta
Abre e irrompe
A porta interrompe
O eco inconstante
De tudo que se perdeu

O mundo
Inteiro escondido
Elo perdido
A mente
O mundo inteiro
Da gente
O todo
Teu corpo

A volta
De teu pescoço
Teu rosto
Todo o corpo
Nu
Feito o começo de nós
O mundo
Inexiste
A sós

Por Vitor C. Ramos

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Gasto


Enquanto olhava
Para aquelas tantas janelas
De cerrados
De mal tratados
De maltrapilhos e maus filhos

Enquanto tuas pedras
Sobre meus vitrais
As belas vitrines aos olhos de mais
Sentei e apreciei a paisagem
A paz

Um belo uivar
Ao pranto
O verde manto sob o luar
Ouço de longe gritar

A verdade grava
Por fora
A velha tinta de outrora
Ousada, usada
A madeira destruída se faz moldada

As batidas
Ecoam
Entre quatro paredes
De nobre cobre, verde suado
Gasto e engasto

Todas as juntas
Metais derretidos
Refundidos
Fodidos
Corroídos
Corrosivos

De nada mais é
Teu contrapé
Nada se ouve,
Nada mais
Ao caos levará

Por Vitor C. Ramos

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13 de nov. de 2012

A ver

Sentado
A beira do tempo
Te vendo

Em seus soltos anéis
Correndo ao chão
Simples
Em vão

Ouvi um belo
E faceiro sussurrar
Dos fatos
Sorteados

Acertados
Enganados
Assombrando
Cada troca de pé

A ver
Se vendo
Vendendo
Se vendendo

A ver
Não havia nada que ver
Nada a ver
A completa falta de sentido

Sentido
Sentindo
Aquele aperto
De te perder

A dor da perda
Perder
Causo do doer
Perdi-me

Perdi
Pedi
                                       Implorei!
Pra você ficar

A perdi!

Por Vitor C. Ramos

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28 de out. de 2012

Agonia

Deitada com o coração as mãos
A noite
Com o medo a aflorar em seu colo
Perfumado e nu
Por falta de amor não desfaleça
Antes de ouvir no peito
Canção

A luz apaga
E teus aflitos olhos as cercam,
As paredes,
Em tentativas falhas
De encontrar
Ardor
A dor

Irrompe
Janela adentro
O rigor em feixes flamejantes
Um fulgor
De olhos castanhos esverdeados
Melhor diria
Olhos de se apaixonar

Encerra
Este soluçar de dor
Estendido por tua maçãs
Revolta, se levanta
Que seja por vingança
Me ama
Até manhã

Transforma
Tua agonia em harmonia
Estende teu suspirar
Aos ouvidos, de quem jamais ira te navegar
Ao coração, de quem jamais será paixão
Em teu coração

Por Vitor C. Ramos

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14 de out. de 2012

Ser

Em pouco
Surgiu
Devastador
Destruidor
Exterminador

Espécie que só causa dor

Por Vitor C. Ramos

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Encantar

Escondida
Sobre minhas
Roupas velhas

Deitava-se
Elegantemente
Um corpo
Torto
Duro

Meus dedos
Contaminados
Congelados
Lutam para lhe tocar
Delicadamente
Com medo
Zelo de desgarrar tua essência

Em uma forma
Única
Como
Cada gota do orvalho
Lhe faço cantar
Sobre a arritmia
De meu coração

Cada nota entoada
Passa pela janela
Encanta a garota nua
Do outro lado da rua
A faz delirar
Faz-nos pensar
Nos faz cantar

Por Vitor C. Ramos

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13 de out. de 2012

Monstro

Mesmo o mais cego
Que eu possa me tornar
Ainda sinto
O cheiro
O gosto da memória

Teu licoroso
Asqueroso
Veneno
Lúdico
Cáustico
Cega
Mata
Aleija

Monstro
De maquilagem borrada
Sedução deformada
Corpo de favela
Cabeça de donzela
Nega no gesto
O sangue de meretriz

Imortal
Devora meu peito
E se deixa arrepender
Segundos antes da morte
De sua metade
Meio fera, meio bela
Musa encantada
Fantasia

Por Vitor C. Ramos

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22 de set. de 2012

Obra

Diria que
A obra
Não chamaria de heróica

A obra que vejo
E lhe escrevo
Seria definitiva
Bela
A majestade dos versos
De seus avessos
Tensos
Extensos

Diria,
A voz que ecoa,
Sobre minha nau
Frígida

Nem espera
Aquecer a luz
Luzia
A lâmina contra toda esfera
A mente aturdida
Sacudia
Sobre o mais belo manto

Cobrindo-a toda
Teu sangue
Misturava-se
Pútrido e límpido
A água
De minhas lágrimas

Cessando o pranto
De pronto
Encontro
Os olhos ao fundo da página
E ponto

Um ponto a morte
Pro espanto
A obra se encerra
Bela
Inteira
Inacabada
Inacabável

Por Vitor C. Ramos

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Afogado

Sobre o podre cordame
De tuas guias
Caí

Bêbado
Enrolado

Senti
Santa Maria
Entre remadas

Alugado
Abandonado

Descansei
Sob o peito de morte
Me aportei

Esquecido
Arrependido

Esqueci-me
Tudo
Silenciou

Prostrado
Saqueado

Entre castiçais
Sob a noite
Vazia

Naveguei
Me afoguei

Novamente
Afoguei-me

Por Vitor C. Ramos

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Sabiá

Gente grande...

Sabiá
O tamanho que queria ter
Um pequeno alpinista
Um grande arritmista
Sobre o compaço
Asco

E do bico
Saltavam palavras
Soletrava insultos
Turvos
Suntuosas ameaças

Caía por chão
Sem nenhuma atenção
A se porvir

Gritou
Até incomodou
De nada adiantou

Pobre
Sabiá
Queria ser grande
E sem saber
Era mais

Sabiá
Ser poeta
Poetar

Cantar
Sem se ouvir
Gritar sem saber a quem
Sabiá então voou
E nunca mais voltou

Por Vitor C. Ramos

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Assombração

Escondia-se
Ranhenta
Sob a luz do Sol

Vestia-se a caráter
A cobaia social
Inventada e
Reinventada
A cada mudança comportamental

Andava sorrateira
Sendo
O que diziam ser

Sumia toda
Quando despida
Não sobrava
Sequer a sombra
Do que havia

A alma
De ninguém
É tão vazia

Não havia nada
Sem carne
Sem sombra
Assombração
De toda e qualquer opinião

Por Vitor C. Ramos

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9 de set. de 2012

Linda Bela

Recusei por vezes
Entorpecer-me
Contigo
Banhar-me na onda
De água e gasolina

Admirei
Secretamente mergulhei
Nadando sobre a distância
Que não deveria existir
Entre ambos os corações

Vi teus olhos
Juntos aos meus
Tantas
E tantas
Que esqueci de contar
E cantar

Sente meus dedos
Passando com o vento em teus cabelos
A milhas de distância
Ao som das curvas do Jacarandá

Ocupava todo
Eu
Me enchia em seu olhar
Esqueci de movimentar
Sobre o corpo torto do Jacarandá

Esqueci que anunciava
Precocemente
Uma saída
Tua ida
Pro outro lado da avenida

Assisti
De pé, a uma esquina
Teus olhos cruzarem a sombra da Lua
Longe de chegar
Em qualquer lugar

Longe de mim
Jamais a verei
Com os mesmo olhos
Que tinha durante minha canção

Agora
O silêncio invade meu aposento
Apagando aos poucos
Segundos
Todos os momentos

Em uma parte
Suspensa
Será sempre
Sempre será como era ontem
Os olhos a admirar

Linda Bela
Toda ela
Tendo o Luar para ofuscar
Me parando ao cantar
Me lembrando de amar

Por Vitor C. Ramos

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Carta II


Escrevo
Com todas as palavras
Toscas
Bobas
Que escrevera em sua carta


Adeus!

Por Vitor C. Ramos

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21 de ago. de 2012

Verteria

Enquanto céus
Céu
Seu
Nua
Esvazia
Esvaía
Saía

Debaixo
Verão
Ficarei
Sob seu
Céu
Esvair
Ao léu

O gosto de areia
O rosto
A cheia
Na sombra
Dos varais
Várias
A voejar

Veria os verões
A mais
Jamais
Veria
Os anais
Dos demais
De ninguém

A mais
Teus olhos
Veria
Nasceria
Dia
Morreria
Jamais

Por Vitor C. Ramos

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13 de jul. de 2012

Corsário

Corsário,
de tua pele
Afligirei-te
O peito
Arrastado


Teu corpo
Todo
Sebe rosácea
Um mar
Desejo
Aportar

Corsário,
eu sei
Quanto amor
Só,
buscou
Você


Afogou-se
Afoguei-me
Aguardei
O próximo
A deportar-me

Corsário
Cansei
Falta amor
Só,
parei
Transbordei

E todo,
faminto
Me transformei
Agora sou
Porto
Sou torto

Corsário,
deixei
Agora sou ilha
Me cerquei
Me sequei
Esqueci

Sou só
Corsário
Viverei com meus segredos
Só, apenas
sou ponto
De seu rosário

Por Vitor C. Ramos

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Viveria

Casaria-me
Conjugaria
Libertaria-te
Amar-te, ia


Por libertares tu
Caçar-te-ia
Mataria
E daria
A vida

Por Vitor C. Ramos

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11 de jul. de 2012

Mentira

Vivo
Sério

E toda noite
O desejo fora
Nada sério

Mas...

aonde foram?

Sumiram?

Aquelas palavras...
diziam, como se fosse nada
Se fosse, seriam

E por nada
Pediram

E por nada...

Nada sério
Como se fosse!

Mentiram

Brincadeira
Fez com o outro
Como se fosse

Nada sério
Apenas mentira!

Por Vitor C. Ramos

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Perfídia

Saíram,
eles,
com meu nome
Sala adentro

Até com certo desespero
Chegou a mim...

Beijaram,
ela,
minha boca
Peito adentro

Até com certo jeito
Chegou a mim...

Chegara
tão cedo
Certamente
por dentro

Até com algum medo
O,
âmago do,
coração
Absolutamente

Despiu-se
ela,
toda com pudor
Meus olhos

Já desesperados
Traíram a, mim

Por Vitor C. Ramos

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Saudade II

Saudade
De que não conheci
Vi
Mais que ontem
Menos que amanhã
                   Uma paixão

Por Vitor C. Ramos


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19 de jun. de 2012

Mais

Jamais
Depois
Desses ais
Lhe trarei rosas
Ays
Que não me deixam
A paz
Em paz

Da paz
De quem não ama
Apenas tenho
Os ais de jamais
Nunca mais
Viverei demais
A paz
Dos que não amam

Mas
Mesmo tendo Ays,
Mesmo dizendo
Jamais
Terei sempre
A lembrança
De quem não volta
Mais

Por Vitor C. Ramos

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16 de jun. de 2012

Fundeza

Surgiam
Magicamente

Cintilantes entre as luzes
Do fundo

Do escuro
Surgiram

E jamais diriam
Que de la elas viriam

Por Vitor C. Ramos

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Passar

No frio
E escuro
Do teu pesar
Esqueço ao passar

Do tempo
No tempo
De nossa lembrança
Passado e futuro
Se perdendo
Em sua ingênua
Omissão

Seus leves delitos
Contra minha indulgência
Cercam-me
O âmago de solidão

Por Vitor C. Ramos

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Pelas barbas

Se agarrava
Nas ralas
E finas barbas
Da lembrança


Os poucos
Finos fios
Da noite, só,
Acompanhado

...

Por Vitor C. Ramos

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11 de jun. de 2012

De Vagar

Ando
Andando
Errado

Andava
Meio
Desencaminhado

Me perdia
Me encontrava
Pelas costas

Por tuas costas
Esperei a hora virar
O olhar

Pelo olhar
Esperei
Você voltar

Sem voltar
Esperei
Esperei

Esperando
Me fez voltar
Aos passos de vagar

E voltei
Esperando
A vaguear

Enquanto vagueava
Pensei
Em teu olhar

E teu olhar
Me fazia cada vez mais
Esperar

Esperar
Voltar
O olhar

Teus olhos
Que andei
A mar

A mando
Esperei
Acalmar

Acalmar
O amar
De tanto tempo

Espero
Teu olhar
Vagar

Devagar
Perdido
Olhar

Espero
De dia
O dia

A noite
Toda
Olhar

Meus olhos
E amar
Como amo

Espero
Que ame
Como espero

Teu olhar
Vagar
Ao meu

Por Vitor C. Ramos

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10 de jun. de 2012

Ignorância

E numa rajada
Surgia
De tudo
A insuficiência

A estupidez
Atravessou
Com feroz violência
Qualquer prova
De inteligência

Me fez questionar
Reprovando
Toda uma espécie
Em proliferação
Geométrica

O gosto
De se provar
E não fartar
Os ouvidos da ignorância
Quase genética

Vandalizou
Com nossa Filosofia
Vã demais
Para sua existência
Vazia

Me fiz de inconsciente
Pra esquecer do incidente
Viverei transparente
A toda ignorância
Latente

Por Vitor C. Ramos

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"Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância!"
Sócrates
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27 de mai. de 2012

Coragem

Enquanto a noite
Escarlate

Prolongava gritos
Estarrecidos

Segurei em tuas linhas
Infinitas

Ainda tão jovens
E ausentes

No hoje da vida
Que a cada dia

Vivemos menos
E esquecemos

Da coragem
Guardada

De outros
Que dizem esbeltos

E outros magros

Mal dias
Dias maus

A solidão
      A virtude
A medida
      A liberdade

O sonho

Por Vitor C. Ramos

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Curandeira

Veio a onda
La de la
Com a força de Dandá
Fechando as fendas espirais
Esparramadas de um mesmo lado
De la
E por cima
das águas passadas
Afogou
Todas
Que não souberam se dar

Por Vitor C. Ramos

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Épsilon

Tentei lhe trazer
E dividir a distância
De tudo que vejo
Vindo
Paredes abaixo
Até a raiz de minha ideia
Sempre você
Assinalando
Sobre os rodapés
Assinalados
A sombra do querer

No céu vazio
Deixo o olhar
Pulsante
A te esperar
Sei que
Não vira
De céus claros
Sua boca
Teus arrepios
Fáceis
Como tua ausência

Por Vitor C. Ramos

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26 de mai. de 2012

Ípsilon

Dos erros
Que cometi
Me arrependerei
Um dia
Apenas de te deixar partir

E jamais lembrarei
Indo também
Inexoravelmente
Acabaram todas as histórias

Debaixo das asas
Da intromissão
Tentei qualquer ligação
Uma última esperança

E teu passado
Mal selado
Rompera
Nossa possível
Paixão

Por Vitor C. Ramos

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Lembrarei

Lembre-se sempre
Do olhar
Encantado

Lembre-se sempre
Do voraz
Neutralizado

Lembre-se sempre
Do gosto
Do rosto

Lembre-se sempre
Como eu lembrarei
De seu jeito acanhado

Por Vitor C. Ramos

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11 de mai. de 2012

Moonrocks

Mergulhada em seus
Moonrocks
Alisava
As intimidades da morte
Carinhosamente
Deleitava-se
Dos romances
De um cérebro
Solitário

Acostumado
A ferrugem
O cheiro de suas correntes
Os sonhos que vão
Num grito desconexo
Incurável
Na medida da maldade
No escasso
Dos sorrisos
Gastos

Moonrocks
Enchendo veias
Secando as teias
Da insanidade
Despida
Morta
Que cedera
A abstinência
E toda insistência
Assédio
Neural

Moonrocks
Encantaram
Tua existência
Espalharam
Tua essência
Afetaram
Todos os pobres
Medíocres
De inteligência

Por Vitor C. Ramos

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Antalogóxicos

Esperando
A liberdade
Brotar
Como as pestes de teu beiral

Do quinto
Olhava regar
O chapiscar
Peçonhento

Cabeças adentro
Via,
Os cantados,
Sucessos populares

Agrotóxicos
Analógicos
Antológicos
Antalogóxicos

Furando
Trespassando
O vil metal
De suas paredes

Invadiu
Tomou
Tua pontilhada
Ideia

Premeditada
Ilimitada
Cessava a
Abstinência

Complicada

De tua vil
Sutil
Existência
Cruel

Por Vitor C. Ramos

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Ensejo

Do ponto
Ao encontro
O fogo
De tolo

Sem ouro
Sem prata
Nem mulata

De lata
Em lata
Enche a cara

De preto
E branco
Eu canso

Do olho
Do rosto
Não canso

Do abraço
Entre braços
Me perco

Me deito
E lembro
Do beijo

Durmo
Penso
Sonho

Do teu encanto
Quase santo
Um espanto

Que tão logo vejo
Cessa o pranto
Do peito

Espero
O ensejo
Outro beijo

Por Vitor C. Ramos

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19 de abr. de 2012

Criação

Empunhei
Um pequeno
Negro
Diamantino
Carvão
E comecei,
          Após o fim,
Desmontar
Raciocínios
A beira da poça
                                                Precipício
                                                Inverso
Da cruel
E rude
Métrica
Avaliativa
          Da realidade
          Inscrita na Subseção
          Das nossas idéias

Após algumas
Implosões
         Surgia
         Sinapticamente
         Um nó...
Criado
Do caos
Mental
         Em minha mente
Dormente

Por Vitor C. Ramos

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Tipo o que?

Tipo isso
Que incomoda os tipos
Dos tipos da gente
De todos nós
Os tipos

Que, tipo
O tipo que vem logo ali
Andando tipo...
Assim
Como eu e você
Feito nosso tipo

Tipo nós
Tipo ele
Feito tipos
Tipo
Todos nós
Somos
Tipos
Do mesmo tipo

Por Vitor C. Ramos

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Combalido

De repente
Os globos saltaram
Quicaram
Dançaram sobre as palmas
Que trêmulas
Se estendiam perante você
Que soltava as pedras
A cada sopro
Esboços
Cada sonho

E por sobre minha cabeça
Voaram hostis
Afiadas agulhas
Inserindo
O venenoso visco da dor
Entre as puras memórias do dia
Que tornava-se
Segundo a segundo
Uma eufonia
De dores

Os condores
Sobrevoando o asfalto
Os amores
Correndo sobre saltos
Engastados no peito
Buraco putrefacto
De dores
De amores

Por Vitor C. Ramos

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26 de mar. de 2012

Essência

Sob minhas pálpebras
A fonte
De um suco
De vida
Escorria
     Destilando
     Por entre você
Devagar
Como a maré
Vem
E vai
Dando espaço
Materializando
A paz
De não ter paz
E quero cada vez mais

Por Vitor C. Ramos

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21 de mar. de 2012

Diabo

Relinchando
Postou-se a minha face
Como trave
Um gigantesco desafiante
Numa noite sem estrelas

Bufando,
Fitou meu peito nu
Descoberto pulsando
Sobre postos
A relinchar
Esperando que eu pisque

- Incansável!
                     Eu diria
- Imbatível!
                     Eles disseram
Era horrível!
                     Concordamos

Enquanto eu aguardava
Matutando
Mortais passos
Em direção ao próprio diabo
Fitava-me

Diabo, pobre diabo
Mal sabe o fim deste romance
Inaudível e ilegível
Desafinando
A biografia da gente

Os tremores a nossa porta
Os gritos a janela
As lágrimas escorrendo
Por todos de nossos corações
Diabo!

E sobre os ombros
Dos homens
E de nossos cardeais
Desferimos,
Pequenos golpes terminantes

E rezamos
Esperamos
Sonhamos
Que o Diabo da gente
Desista de nossos olhos cansados

Por Vitor C. Ramos

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15 de mar. de 2012

Relativismo

Escalpos
A beira do precipício
Idéias em resquício
Um jarro azul
De críticos
Caindo sobre a caótica
Ótica
De nossas vidas
A anarquia da vida cotidiana

Grupal
O social, comunista
Socialista
Em desordem humana
Organicamente
Reversa
Perversa
Nos afoga
Pelos cantos
De nossa imaginação

Por Vitor C. Ramos

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Pingadeira

O gotejar
Da dúvida
Em meus pensamentos
Pergunta
A pergunta

Lentamente
Caem
Duvidosas
Gotejam
Surrando de pingo em pingo
Nota a nota
Esperando que eu desista
Dessa indecisão

Mesmo fazendo sentido
Esse amor malquisto
Me faz perder
Em meio ao bem querer
Esqueço do não
Te quero pra esquecer

Por Vitor C. Ramos

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Gaivota

De uma abstrata nota
Surge uma anedota
Uma gaivota
Em voo pela borda
Dos teus olhos
Caindo pelas maçãs
Escorrendo a salgar
A boca
A fonte
Dos encantos
Do peito
Que quer saudade

Por Vitor C. Ramos

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Razão

Enquanto a tarde se ia deitar
E a noite levanta
De uma forma surpresa
Inesperadamente
Ela olha detrás da retina
E de dentro
Um enxame de razões
Ela retira
E te chama pra ver
Por que doía tanto
Te ver sair
E por debaixo do que sobrou
Do Sol
A sumir
Se vai toda bela
Arrastando meu pensamento

Por Vitor C. Ramos

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Pontos

São pontos cristalinos
Que tão desajeitados
Passam por meus olhos

E em pequenos reflexos
Conquistam um olhar
Envergonhado

Já tão desacostumado
A tempos a vejo
Um lampejo

Quando viu novamente
Seu brilho refletido
Atravessando minhas córneas

Cintilando em pleno ar
Iluminando o olhar
Enebriando a beira-mar

Por Vitor C. Ramos

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Acompanhante

Me encantava
A coincidência
De tua aparência
Simplesmente
Da cor do meu arrependimento
Na viva cor daquele beijo
Na viva cor do teu vestido
Da cor do pecado que não cometi

A única companhia
Que pode ver escorrerem
Por minhas mãos
A escorregar por sobre
Tuas suadas encostas
E surrar algumas notas
Riscar algumas anedotas
A tal da solidão

A companhia da noite
Esperando sumir a lua
E te deixar, nua
Sob a sombra
A rua
Sob a Lua
Meu coração


Por Vitor C. Ramos

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Sobre nós

Lua
E Sol
Segredo
Quase artificial
Desejo
Um beijo
E um cortejo

O Sol na rua
Despeja a sombra
Sobre meu cortiço
De chão vazado
Empoeirado
A solidão

A Lua
Beija minha testa
Pela fresta da janela
Pelo estreito de teus seios
Por entre dedos
Imprudentes
Sem dono

Por Vitor C. Ramos

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Joaninha II

Enquanto sobrevivia
A noite quente
Derretiam meus dedos
Sobre as casas de meu violão
Desconhecendo a cada troca
De tom
Pulando o refrão
Fixava os meus olhos no chão
Ao vão da madeira sob meus pés
Sob o tapete sujo perto do rodapé
Espero ser um brinco, um botão,
Ou até mesmo um pedaço de algodão
Vermelho
Aproximo
Meus dedos suados
Dificultosamente, te tento
Desconhecendo a procedência
Alcançar a tua aparição
Paro pra ver a paixão
E quando reparo
Os pontos vermelhos
Não estão mais sobre meu chão

Por Vitor C. Ramos

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9 de mar. de 2012

Dúvida

A dúvida sempre mata
E engole
Em grandes goles
De aguardente
Queimando o que restou
Das entranhas desse amor

Por Vitor C. Ramos

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2 de mar. de 2012

Gosta como?

Gosto
Com gosto de paixão
Que da aquele friozinho
No coração
Quando te vejo pela manhã

Gosto
Com aquela sensação de arrepio
Ao 1º gole de suco de limão
E borboletas
Voando por dentro

Gosto muito.
Até demais
Que cansa
De tanto gostar
E dói, não te ter

Por Vitor C. Ramos

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Esquecer

Quando a chuva lhe passava
Esquecia de molhar
Meus olhos esqueciam teu olhar
Meu peito apertava
E com as horas saltando
Enquanto eu esquecia de contar
E o relógio... parado
Meus olhos iam tentando se matar
Um ao outro
Pra evitar os teus
Num desencontro
De sentimentos
Esqueço de esquecer
Esqueço de querer
Apenas quero te ter

Por Vitor C. Ramos

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Atrevida

Se abre
A laranja
Pela faca sem fio

           Como a terra
           Da vez para o rio

E assim tuas palavras
Trespassam o peito
Partido ao meio

          Incontida
          Inconstante

Errantes
Atrevidas
Palavras malditas

          Partem
          A alma rendida

Encerram a tarde
A vida
Atrevidas!

Por Vitor C. Ramos

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Amores de mar

E dos dedos
Viciosos
De um coração
Atirado às ondas
Saíam notas doces
Aprendidas no fundo do mar
As doçuras
As canduras
Dos encantos
Dos amores do mar
Que um dia irão machucar
Podem até matar
Se perder entre as correntes
Entre as cordas
Se prender
E de um corpo de madeira
Me resgato do naufrágio
E trago as doçuras
As canduras
Os encantos
Pra cantar
Esses amores de mar

Por Vitor C. Ramos

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Mariposas II

E essas asas
Que não falham a me desconcentrar
Em uma disritmia aérea
Um traçado irregular
De linhas pelo ar
O ser aleatório que entrou pela janela
Involuntariamente
Acertando minha cabeça
E que a cada 5 minutos
Em seu livre vôo
Bando de barbeiros
As mariposas
Vão a me atormentar

Por Vitor C. Ramos

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Borboletas

Meus olhos sofridos
de encontro ao chão batido
revelam
a tristeza
do meu caminhar
sobre prantos
já tanto chorados
acompanhando o choro do coração
um samba triste
uma canção
ritmando
o passo a passo
o compasso
de um amor em pedaços
os males de amar
as ondas do mar
os sopros do ar
e depois das lamúrias
passar
parei
e sentei a te observar
que amor
teu olhar a observar
as borboletas

Por Vitor C. Ramos

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25 de fev. de 2012

Cordas

Dedo
a dedo
em corda
encardida
a nota
sai
triste que contagia
tira o choro
sonoro
lúcido
em bons tons
encanta
sobre harmonias
os corações
abertos a canção
das cordas
em corpo duro
de voltas sinuosas
como as voltas de teus dedos
sobre teus cabelos
encantarei
tua beleza
com doces arpejos
sobre as cordas
de meu violão

Por Vitor C. Ramos

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22 de fev. de 2012

Perder

Perdi
Sem aprender a perder
Me perdi

A perdi
Sem você me ensinar
A não te ter

E nessa brincadeira
De perder
Perdi

Me perdi
Sem te ter
Pra me ensinar a viver

Por Vitor C. Ramos

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15 de fev. de 2012

Deixar

Foram
Foi
Jamais
Volverá

Não há de...
Virão outras à substituir
Como se nem existira
Senti sair
Como saíram fluidas
As notas de despedida

Se teu amor
Volver amar
Se não...
Deixe que vá
Deixe esquecer
Aos pés de março

Por Vitor C. Ramos

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Fins

Sentei-me a roda viva
Esperando chegar a vez
De rolarem por sobre meus dedos
As frias lágrimas de janeiro

Sonhei deixá-la
Sozinha
Na beira do bar
Corri
Encontrar meu escalpo
Em tuas lembranças
Nuas e frias

Mas o céu se limpou
E não houve quem segurara o fardo
A vida se encerrava
Morri
Em desamor

Por Vitor C. Ramos

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Sem mais

Disse
Que dizer faltava-lhe prazer
Faltou escrever
Na escala
A forma
Informal de dizer
Que amo-te
Sem mais pingos pingos nos "is"

Por Vitor C. Ramos

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29 de jan. de 2012

Sereia

Azul
Corre o azul do céu
Ao mar
Ah! zul!
O mar
A cor de seu olhar

Ah! mar
Quando se molhou
Devagar
Afogou o âmago
Nosso
Todo no mar
Quanta ternura

Ah! morremos
De dor sofremos
Quando se esconde o Sol
Entre prédios a nos cercar
A sereia vai pro mar
- E você onde vai?
- Já vou!
- Pra onde?

- Ao mar!

Por Vitor C Ramos

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Bunda

Bunda
O prazer de olhar a tua
A nossa
A tortura
Senta-te a bunda nua
Imaginadamente desnuda
Semi-tocada
A corja
Alcateia inteira
Pequenos malfeitores
A espreita da tua
Perseguida... não!
Bunda!

Bela bunda!
Hummm, bunda!

Por Vitor C. Ramos

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O rio

Sobe sobe
Azul, marrom franzido
Subia, o rio subia
E vem, adentro
Sobe correndo
Todo lamacento
O rio em que mora
Vive morto
Meu parente
Que aparentemente
Se misturou a corrente
Subiu pelas paredes
Derrubou a mureta
E subiu ao contrário
Escada abaixo
Quer dizer, acima?
Rio, que corro e rio, ó rio
Correu pela sala
Pela cozinha
Pelo quarto, e saiu
Saltando pela varanda
Até parar na barranca
Encontrara sua própria anca
A esnobe e bela volta que faz
Para voltar
Atrás
E cair no mar

Por Vitor C. Ramos

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26 de jan. de 2012

Chacina

Os poucos segundos que passaram
Matam-me com mão cheia
Em minha goela me apertam as paredes
Entre plexos ornados a dor
Acompanhada de lágrimas a trovejar
Caí por sobre ancas de um mal lavado
Mal tratado, de coração traído
Pelos próprios olhos
Sobre a carniça

Pelo chão
Vísceras, brancas, saltando sobre o ventilador
Soltando-se das paredes seladas para o fim
Retratos depressivos
Inertes
Feito um coração vadio
Que já cansara até de parar ao te ver passar
A chacina de minha vida

Por Vitor C. Ramos

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Interrogações

Quero saber
Que tamanho querer
Não quer o meu amor
A paz

Quero saber
Dos universos da razão
Que ventos trazem o ardor
Da paixão

A secura dos olhos do Tigre a morrer
Na beira do rio
Que secou
Quando te viu partir

As memórias se põem a chover
Pelos fins de janeiro
E todos vivem
Para sempre

Por Vitor C. Ramos

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