26 de mar. de 2012

Essência

Sob minhas pálpebras
A fonte
De um suco
De vida
Escorria
     Destilando
     Por entre você
Devagar
Como a maré
Vem
E vai
Dando espaço
Materializando
A paz
De não ter paz
E quero cada vez mais

Por Vitor C. Ramos

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21 de mar. de 2012

Diabo

Relinchando
Postou-se a minha face
Como trave
Um gigantesco desafiante
Numa noite sem estrelas

Bufando,
Fitou meu peito nu
Descoberto pulsando
Sobre postos
A relinchar
Esperando que eu pisque

- Incansável!
                     Eu diria
- Imbatível!
                     Eles disseram
Era horrível!
                     Concordamos

Enquanto eu aguardava
Matutando
Mortais passos
Em direção ao próprio diabo
Fitava-me

Diabo, pobre diabo
Mal sabe o fim deste romance
Inaudível e ilegível
Desafinando
A biografia da gente

Os tremores a nossa porta
Os gritos a janela
As lágrimas escorrendo
Por todos de nossos corações
Diabo!

E sobre os ombros
Dos homens
E de nossos cardeais
Desferimos,
Pequenos golpes terminantes

E rezamos
Esperamos
Sonhamos
Que o Diabo da gente
Desista de nossos olhos cansados

Por Vitor C. Ramos

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15 de mar. de 2012

Relativismo

Escalpos
A beira do precipício
Idéias em resquício
Um jarro azul
De críticos
Caindo sobre a caótica
Ótica
De nossas vidas
A anarquia da vida cotidiana

Grupal
O social, comunista
Socialista
Em desordem humana
Organicamente
Reversa
Perversa
Nos afoga
Pelos cantos
De nossa imaginação

Por Vitor C. Ramos

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Pingadeira

O gotejar
Da dúvida
Em meus pensamentos
Pergunta
A pergunta

Lentamente
Caem
Duvidosas
Gotejam
Surrando de pingo em pingo
Nota a nota
Esperando que eu desista
Dessa indecisão

Mesmo fazendo sentido
Esse amor malquisto
Me faz perder
Em meio ao bem querer
Esqueço do não
Te quero pra esquecer

Por Vitor C. Ramos

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Gaivota

De uma abstrata nota
Surge uma anedota
Uma gaivota
Em voo pela borda
Dos teus olhos
Caindo pelas maçãs
Escorrendo a salgar
A boca
A fonte
Dos encantos
Do peito
Que quer saudade

Por Vitor C. Ramos

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Razão

Enquanto a tarde se ia deitar
E a noite levanta
De uma forma surpresa
Inesperadamente
Ela olha detrás da retina
E de dentro
Um enxame de razões
Ela retira
E te chama pra ver
Por que doía tanto
Te ver sair
E por debaixo do que sobrou
Do Sol
A sumir
Se vai toda bela
Arrastando meu pensamento

Por Vitor C. Ramos

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Pontos

São pontos cristalinos
Que tão desajeitados
Passam por meus olhos

E em pequenos reflexos
Conquistam um olhar
Envergonhado

Já tão desacostumado
A tempos a vejo
Um lampejo

Quando viu novamente
Seu brilho refletido
Atravessando minhas córneas

Cintilando em pleno ar
Iluminando o olhar
Enebriando a beira-mar

Por Vitor C. Ramos

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Acompanhante

Me encantava
A coincidência
De tua aparência
Simplesmente
Da cor do meu arrependimento
Na viva cor daquele beijo
Na viva cor do teu vestido
Da cor do pecado que não cometi

A única companhia
Que pode ver escorrerem
Por minhas mãos
A escorregar por sobre
Tuas suadas encostas
E surrar algumas notas
Riscar algumas anedotas
A tal da solidão

A companhia da noite
Esperando sumir a lua
E te deixar, nua
Sob a sombra
A rua
Sob a Lua
Meu coração


Por Vitor C. Ramos

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Sobre nós

Lua
E Sol
Segredo
Quase artificial
Desejo
Um beijo
E um cortejo

O Sol na rua
Despeja a sombra
Sobre meu cortiço
De chão vazado
Empoeirado
A solidão

A Lua
Beija minha testa
Pela fresta da janela
Pelo estreito de teus seios
Por entre dedos
Imprudentes
Sem dono

Por Vitor C. Ramos

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Joaninha II

Enquanto sobrevivia
A noite quente
Derretiam meus dedos
Sobre as casas de meu violão
Desconhecendo a cada troca
De tom
Pulando o refrão
Fixava os meus olhos no chão
Ao vão da madeira sob meus pés
Sob o tapete sujo perto do rodapé
Espero ser um brinco, um botão,
Ou até mesmo um pedaço de algodão
Vermelho
Aproximo
Meus dedos suados
Dificultosamente, te tento
Desconhecendo a procedência
Alcançar a tua aparição
Paro pra ver a paixão
E quando reparo
Os pontos vermelhos
Não estão mais sobre meu chão

Por Vitor C. Ramos

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9 de mar. de 2012

Dúvida

A dúvida sempre mata
E engole
Em grandes goles
De aguardente
Queimando o que restou
Das entranhas desse amor

Por Vitor C. Ramos

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2 de mar. de 2012

Gosta como?

Gosto
Com gosto de paixão
Que da aquele friozinho
No coração
Quando te vejo pela manhã

Gosto
Com aquela sensação de arrepio
Ao 1º gole de suco de limão
E borboletas
Voando por dentro

Gosto muito.
Até demais
Que cansa
De tanto gostar
E dói, não te ter

Por Vitor C. Ramos

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Esquecer

Quando a chuva lhe passava
Esquecia de molhar
Meus olhos esqueciam teu olhar
Meu peito apertava
E com as horas saltando
Enquanto eu esquecia de contar
E o relógio... parado
Meus olhos iam tentando se matar
Um ao outro
Pra evitar os teus
Num desencontro
De sentimentos
Esqueço de esquecer
Esqueço de querer
Apenas quero te ter

Por Vitor C. Ramos

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Atrevida

Se abre
A laranja
Pela faca sem fio

           Como a terra
           Da vez para o rio

E assim tuas palavras
Trespassam o peito
Partido ao meio

          Incontida
          Inconstante

Errantes
Atrevidas
Palavras malditas

          Partem
          A alma rendida

Encerram a tarde
A vida
Atrevidas!

Por Vitor C. Ramos

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Amores de mar

E dos dedos
Viciosos
De um coração
Atirado às ondas
Saíam notas doces
Aprendidas no fundo do mar
As doçuras
As canduras
Dos encantos
Dos amores do mar
Que um dia irão machucar
Podem até matar
Se perder entre as correntes
Entre as cordas
Se prender
E de um corpo de madeira
Me resgato do naufrágio
E trago as doçuras
As canduras
Os encantos
Pra cantar
Esses amores de mar

Por Vitor C. Ramos

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Mariposas II

E essas asas
Que não falham a me desconcentrar
Em uma disritmia aérea
Um traçado irregular
De linhas pelo ar
O ser aleatório que entrou pela janela
Involuntariamente
Acertando minha cabeça
E que a cada 5 minutos
Em seu livre vôo
Bando de barbeiros
As mariposas
Vão a me atormentar

Por Vitor C. Ramos

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Borboletas

Meus olhos sofridos
de encontro ao chão batido
revelam
a tristeza
do meu caminhar
sobre prantos
já tanto chorados
acompanhando o choro do coração
um samba triste
uma canção
ritmando
o passo a passo
o compasso
de um amor em pedaços
os males de amar
as ondas do mar
os sopros do ar
e depois das lamúrias
passar
parei
e sentei a te observar
que amor
teu olhar a observar
as borboletas

Por Vitor C. Ramos

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