5 de fev. de 2019

As curvas e o destino

Da oblíqua curva de teu sorriso
Ao teu mais frívolo suspiro
Estarrecido eu fico
Enquanto meus olhos perdem o juízo

Teu desafinado riso
Teu encantado sorriso
Tudo que é teu
Me hipnotiza

Tua juba
Tuas curvas
Tua pele nua
Tuas verdades cruas

O tempo parece não acompanhar os ponteiros
Agora mede-se em beijos
E entre segunda e sexta-feira
O calendário se enche de Dezembros

Nessa intensa estranheza
Vivemos sem preconceitos
Aos sábados, nos entregamos a nossos desejos
Como se este fosse nosso último ensejo

Como se fosse do destino
O último desejo!
Como se fosse...
O destino! 

Por Vitor C. Ramos
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Doce Acaso

Quase sem querer
Nossos beijos se encontraram
Ao amanhecer
De uma noite em claro

Quase sem querer
Nossas almas se misturaram
Nossas mãos se entrelaçaram
E nunca mais soltaram

Sem saber dizer
Nossas palavras se completaram
Nossos dias viraram ao contrário
Meu corpo virou borboletário

Apenas sem saber
Nos encontramos ao acaso
Sem querer
Me perdi no doce de teus lábios

Por Vitor C. Ramos
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Ser Oceano

Seja um oceano
Nesse mundo cheio de poças
Rasas
Lamacentas
Poças
Seja oceano

Que outros possam molhar os pés 
E apenas se refrescar
Mas também seja oceano
Um bom lugar para mergulhar
E possível de se afogar
Preencha

Pode variar
Ser tormenta e naufragar
Pode ser calmaria
E facilmente velejar
Mas seja oceano
Profundo demais para se chegar ao fundo em apenas um olhar

Não seja uma solitária poça
Só serve para atrapalhar o percurso
Seja oceano
Um bom lugar pra mergulhar
E se for fisgado
Vá navegar



Por Vitor C. Ramos
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Fome

Não sabia se a fome atraía meu olhar
Ou se foi a fome do teu olhar que me atraiu
Ao longo de poucos passos que troquei
Enquanto compartilhávamos essa relação
A distância encurtou
E tua fitada afagou meu coração

Passou
Eu passei

E nosso olhar se desvencilhou
Enquanto novos passos trocava
Descobri que a fome era compartilhada

Não passou
Eu voltei

Ao acaso
Frente a frente, fui me sentar
E mesmo em silêncio
A fome começamos a matar
Um ao outro, matamos com o olhar

Entreolhares
Entre nós
A foz da fome secou
Um olhar se esquivou
E passou

Você passou
E nunca mais voltou

Por Vitor C. Ramos
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Para Peito

Me sento a janela
Escrevo frases
E logo as largo parapeito abaixo
Versos sem efeito
Poemas sem sujeito
Cartas em que esqueço
De escrever o destinatário
Cada frase que me perco
Um traço seu que me esqueço
Um poema a menos
Preso no peito

Por Vitor C. Ramos
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Maré

Deixa acontecer
E dê desconto
Se desacontecer
Se desentrelaçar por dentro

Se a maré baixar
E a gente se desencontrar
Acalma
E veja o mar

Vê o Sol cair
E a Lua despontar
Os dias vão passar
E o que dói vai cicatrizar

Amanhã vá ver o mar
E novamente
Vê se ama
E amar se deixe

Se deixe num acalento
Deixe suspiros ao vento
Deixe ser mar
Mas nunca de se amar

Se deixe molhar
Refrescar
Mergulhe
E volte pra respirar

A maré tende a voltar
Acredite
Que um dia o mar vai te inundar
E nunca mais irá secar

Outro mar
Outro dia
Outro amar
Mas amar sempre

Por Vitor C. Ramos
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Amores em Vão

Meu colchão virou imensidão
Meu calor esfriou
Aquele tanto de paixão acabou
Me perdi no perdão

Foi tanto
E tanto fui
Tentando
Cansou

Ficaram nas memórias
Um tanto de solidão
Um monte de paixão
Apenas histórias que são

Amor, você se perdeu
E sua chance passou
Me deixou sem opção
Não havia mais razão

Ninguém tem obrigação
Viver nessa angústia
Pedindo e dando perdão
Ninguém merece viver essa prisão

Escorreu dizendo que sou
Todos os sonhos que sonhou
Todas as chances
Tudo deixou morrer

Desculpa amor
Hoje serei eu a pedir um último perdão
Vou em busca de paz
E alguns sorrisos em vão

Sorrisos a mais
Sorrisos em vão
Amores a mais
Amores de paz

Por Vitor C. Ramos
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Abismo

Inconsequente!
Marginal e desobediente.
Essa paixão conveniente,
Cheia de inconveniências.

É cheio de dias na semana,
É cheio de semanas meus dias sem você!
Quando a tenho,
O tempo corre e parece desaparecer.

Por isso amo assim, intenso!
Quando posso, me afogo,
Me preencho,
E transbordo de você.

Me perco em teus sorrisos
Eles abrem, eu paraliso!
Ali perco até o juízo,
Enlouqueço!

Teu olhar,
Pra mim é prejuízo.
Seu perfume fez da minha jaqueta
Meu hospício.

Não sei lidar com essa falta
Quando você vai,
Me perco...
Esqueço até meu endereço!

                         - "Sr. , aonde você vai?"

Chame do que quiser:
Saudade,
Falta,
Vicio!

Essa distância,
Vira precipício!
Qualquer metro eu mudo de país,
E esqueço o passaporte.

Realmente,
Não lembro quando teve início...
O tempo não parece fazer sentido!
Mas essa paixão, ta virando abismo.

Se você vier, eu me atiro!

Por Vitor C. Ramos
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Coisas do Espaço

Solto no espaço
Sou o que digo, o que faço
Ecoando em compasso

Ser assim como faço,
Não me repita!
Não faz esse embaraço.

Não sou de aço,
Sou de carne, osso, cantiga e abraço
Sou escasso!
 
Sou discreto...
Feito a fino traço,
Em tom suave e plácido

Em azul celeste me disfarço
Porém, ao esmaecer...
A meia luz já me destaco.

Nesse universo apático, sou astro!
Mas cuidado...
Posso ser feito em pedaços!

Por Vitor C. Ramos
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Domingo

É domingo
Dia de deixar a fome nos acordar
De deixar tocar o telefone

A tarde ficamos enrolados
Entre o lençol e o cobertor
O beijo e o abraço acolhedor

Enquanto o Sol se põe
Só nos resta a despedida
Sempre cheia de melancolia

Meu peito te implora
Permece!
Enquanto meu desejo te devora.

Quando você se vai
Me encontro perdido
Num bolo de tecido que virou minha cama e minha vida

Apenas ali me encaixo
O colchão quente
Sentindo sua ausência recente

Meu coração é remetente
Sofre de saudade latente
Por uma paixão sem destinatário

É domingo...
E você só se entrega em dia útil!

Por Vitor C. Ramos
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Lar

Busco por passos leves
Que caminhem com paixão
E não mais façam ranger
As tábuas do meu chão

Nesta casa
Inacabada
De assoalho gasto
E frestas no telhado

Pode parecer errada
Mas da cama vemos o céu estrelado
Pelas frestas o Sol ilumina e aquece
Quando menos esperado

Minha casa é humilde
Mas bem frequentada
Não tem faqueiro de ouro ou prata
Mas muito amor já logo na calçada

Se quiser visitar
Espero um abraço apertado e boas risadas
Caso queira ficar
Saiba que será sempre amada

Por Vitor C. Ramos
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