23 de mar. de 2013

Reta

Sobre a natureza da vida
Torna-se melhor
Se esqueces a reta
Oblíqua a vida

Se fosse flores
Não caberia
Em pétala
Razão

Se for paixão
Não serve o outro
Se for cego
Feito reta

Reta
Que corta
Atravessa, apenas
Corta feito flecha

Sobre a natureza da vida
Torna-se realmente viva
Quando perde-mo-nos
Pelas tuas curvas

Por Vitor C. Ramos

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14 de mar. de 2013

Vista

Vejo
Do segundo andar
A folhagem da cerejeira
Quando o vento
O baixar da tarde
O Sol a se calar

             Emoldurando-se
             A perfeição

Esguia
Bela
Na segurança do lar
Borrada,
pelas cortinas,
a via

Um ar
Alguma inquietação
Sobre a situação

              Se repetia pelos dias
              Eu me calava a observar

A bruma se punha a fantasiar
Te vi olhar
Cobriu-se pelos lençóis
E correu
Cerrar os janelões

Escondida
Sabia...
Era vista!
E amanhã estará la
Como se fosse prazer
O mundo inteiro seduzir

Por Vitor C. Ramos

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Ruína

Fechado
De pés a porta
Impedia, vorazmente,
Uma brutal invasão
Irrupção de dementados

      Pobres miseráveis
      Afogam-se pelos pormenores da vida      
      Enquanto esta,
      Lhes foge aos sopros,
      Segundos contados à condenação

Facínoras...

Homicidas...

Celerados que se perdem
Que jamais o pedem...
Perdão

Lhes é habitual
Logo ao sopro matinal
O bulício da perdição

A lástima em incorporação
Isso posto
A pena, punição

Todos homens
O ser sem coração
O artista da destruíção

Por Vitor C. Ramos

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10 de mar. de 2013

Segundo

Se fosse eu
Falar sobre maturação
Diria da expansão
Explosão
Esvoaçadas no mundo
Se perdendo no breu

Minhas palavras
Inaudíveis
      Angústia febril
Eu vi
Tu viu
Entreolha-mo-nos

Por um segundo
Parava o mundo
Esperando-a
Se perder
E fui eu, com um arrepio
Senti

O tempo escorrido
Pecado que aguardou abril
A Lua viu
Vestindo a todo o luar
Se perdeu
Em teu olhar

As brumas do teu perfume
Ficaram ali
A mesma música a acompanhar
Nunca deixou de tocar
A eternidade
Se apaixonar

Um segundo
Todo o mundo
Um mundo
Um segundo
Apenas você
E eu

Por Vitor C. Ramos

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Belladona

São os ventos de março
Cortando, as partes, nosso verão
Mitigando algo de tesão
Escondido sobre tuas obscenas peças
Algo sobre as veras do sonho
Um rombo
O roubo

As cenas
Me passam com penar
Se encerrando assim
Sutilmente sob o, cadente, verde cetim
A esconder tua pele
Da altiva Lua a te caçar

Interrompeu-se por tua insensatez
Belladona
Tua sensibilidade mórbida
Alucinando qualquer lúcido, lúdico e apaixonado homem
Caídos ao doce sabor de teus encantos
Mortos, os que veemente desejam te ter um instante

Caímo-nos
Eis que por fim se perderam
Os sentimentos vêm e vão
Sutilmente, em vão
Se vão
Até aos mais certos de paixão

Por Vitor C. Ramos

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7 de mar. de 2013

Joaninha Rosa

Uma pequena Rosa
De costas
E asas abertas
Passava

Caiu sobre a palma
Escura
E suja
Caiu no mundo

Vermelha Rosa
Dengosa
Sobre a cama
Repousou

De nome Rosa
Minha pequena
Perdeu-se pela janela
Aberta à vida

Rosa
A joaninha, Rosa
Amada
Avoada

Prestou a alma vazia
Alguns minutos de companhia
Se fez ouvinte de um silêncio
Que jamais se via

Atravessando o tédio
Pegado a noite, desesperançosa
Acalentou alguns minutos
Zumbindo no ar, tentando voar em frente ao ventilador

Nos alcança
Inconstante
Que vem e vai
Mas que satisfaz

Num voo risonho
Se lança
À noite vazia
A vida de uma eterna criança

Deixando sobre meus lençóis
Apenas lembrança
Rosa
Amada

Deixo esquecer que te amo
Rosa
Deixo a tormenta
De lhe atormentar

Deixo o mundo esquecer de mim
Deixo esquecer
Pois o mundo é ruim
Tentando me deixar louco

Deixei-me padecer
Mesmo eu que não sou de me prender
Perdi
Perdi-me por ti

Sentei-me a janela
Pela manhã, esqueci
Que por ela te vi partir
Minha companhia

Joaninha Rosa.

Por Vitor C. Ramos

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