22 de dez. de 2013

Ponto

Em branco papel
Um ponto é fim
Recomeço

Outra fase
Nova frase
Outra hora

No fim
O verso se repete
Inverso
Branco do mesmo
Revés

Pensava em você
sem saber

Na certa, me cerca
esperando anoitecer
Esperando a graça
de tua desgraça

de pronto
encontra
O ponto
pronto

finda
mas não cala

Recomeça

Por Vitor C. Ramos

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7 de dez. de 2013

Sóbrio

A sombra que passo
A sombra que faço
sobra

A noite, o espaço
Pouco, apertado
sobra

Curtos prazeres
Poucos saberes

Prazeres
Curtos
Curdos, pardos
Burros

Cegos e surdos

Sobra solidão
Sóbrio sobra


Sobrei também
Com mais esta canção


Por Vitor C. Ramos

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7 de nov. de 2013

Não cabe

Em olhos como os teus
Não serve pranto
Nenhum desencanto que se cabe

Se acabe o pranto
Sequer uma lágrima de temor

Deixa queimar
No calor
Teu sabor

Por Vitor C. Ramos

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31 de out. de 2013

A linha

Tanto terceiros
Emaranhados
Naveguei

Outros roteiros
Paradeiros
Abusando dos desencantos

Sempre só
A tantos nós
Se esvaia

Linhas, nós
Malditas linhas
Linha que interrompe

Irrompe
Uma onda de saudade
Devasta

Nefasta
Se arrasta a solidão
Devasta

Por Vitor C. Ramos

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De vela

Ao dia, que não passa
velar-te-ei
De saia, vestido
Vestia um sorriso

Beirando o canto
Mundi, do mapa todo
A brisa que leva
Te carrega

Afoga a dor
Finda toda tristura
Escorrida vida
Ao peito morto

À dor, indolor
Secura a minha amargura
De repente
Inconsciente

Por Vitor C. Ramos

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Revelia

A revelia
Um severo coquetel

A noite abrevia
Ao som de horrores

Flutuando
Tua boca

Sempre demais amor
Desamor

Raiva e dor
Fez de mim indolor

Era incolor
Tudo

Tudo mesmo
É você

Por Vitor C. Ramos

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15 de set. de 2013

Passa

a dor que não passa
aflição

o coração virando passa

isenção

raro de se ver passar

paixão

se não mata

arrasa, arrastão

daqui pra la

onde quer que vá

daqui ao Umbará

quem o fará, sorrir

é sempre não
desejo

paixão

não

sempre pro bem

meu bem

raro de se ver passar

paixão

se não passa
passa

Paixão


Por Vitor C. Ramos


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Outro vazio

Em descoro
O dia se abre em choro
Vela e aquarela

Na fartura de conflitos
Ininterruptos suspiros

Seus belos olhos
Descorados

Um sussurro trajando luto
Um sujeito absoluto

De coração obsoleto

Por Vitor C. Ramos

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Cheio

Desgostosamente
Perdi-me
Entrelinhas
De linha cheia
Vazia

Vazia
Linha Vazia

Cheia

Vazia; cheia

De vazios cheios

"Vazia

"

"Cheia"

Cheia de vazios






Me perdi
Vazio

Quando o cheio esvazia
E o vazio inunda
Cheia

Por Vitor C. Ramos

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31 de ago. de 2013

Antáres

Esgueirei-me por teus olhares
Esperei cair noite
Ríspida
Chegando em súbito pranto

          Queres matar-me
          Em leito
          Desfalecer-me
          Sobre o desfeito

Por demais suspirei
Derramei-me
Recordando, sobre as pedras,
Teu abraço letal

         O ensejo final

Acabo por aqui
Noite adentro
Deixo passar o vento
Cruzar o breu devasto
De um peito
Que cedeu a teus encantos

Por Vitor C. Ramos

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Verões

Aquelas
E tantas
Elas

Razões demais
Versos
Anais

Refrões
Versos
Verões

Repetição
Análoga
Versões

Querer
Por assim
Fim

Por Vitor C. Ramos

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Inocência

Chamava de longe
Timbres fogosos
Inocência!

- O INOCÊNCIA!

- Quem é? (perguntava, sempre)

--Quem mais, é seu primo Ricardo

-Que quer Ricardo?

--Lhe falar.

-Não quero palavrear hoje

--Não se faça Inocência

-Faço nada mais por hoje, nem nunca talvez!

Inocência
Fez-se assim
Crente
Sempre demais

Por Vitor C. Ramos

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18 de jul. de 2013

Adernas

Enquanto dançava
Olvidava
Do emplastro
Sujeito tosco...

Solta ao espaço
Disse-me:
         
         -O fim chegara,
          À eminencia da degeneração

Faltava-lhe ação
Um suspiro ao fim do verão
Um arrepio
Tomada em um amasso carinhoso

Eis enfim,
A noite cobria sua embriaguez
Abrandando-lhe a timidez
Voraz, lançou-se a minha cama

Deixei-me tomar de vítima
Fez-se memória tenaz
Fugaz
Eis o fim.

Eis que o fim
Fez-se começo
E o começo
Um ponto
Tosco
.

Por Vitor C. Ramos

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Éolo

Obliterado
Éolo
Virou-se ao bem amado
E atirou-o ao Diabo

Por Vitor C. Ramos

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30 de jun. de 2013

Defuntear

A alma
Salta
Mortificada
Ourando devaneios
Mastigando mil anseios

Finda a vida
Olho
Vidra
Boca seca
O peito cessa

Cuspindo sangue
A queima-roupa
Cala
A sede
Mata

Por Vitor C. Ramos

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I

Redimiu-se
A pureza
Finda em coro
Quando os olhos notaram
Tua presença

Desabei pela alça
Arcada
A vi
Pondo-se a chorar
Nem noite
O luar
Nem alma vazia
Conteve o suspirar

Por Vitor C. Ramos

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31 de mai. de 2013

Maio Acabou

































Maio Acabou

Maio
Bem em sexta
Fecha o horizonte
Um raio

Maio
Maduro Maio
Não faça assim
Sem ensaio

Maio
Acaba
Tão logo desaba
Tudo em festa

Maio
Meio teu sorriso
Meio, o umbigo
Maio meu amigo

Maio
É compridas mangas
O frio
E o calor

Maio
Volta!
Recomeça o furor
O amor

Maio
Que se encerrou
Desabrochou
E sexta, murchou

Maio
Maduro Maio
Pintando sem cor
O Sol pousou

Maio
Foi enquanto
A flor
Encantou

Maio amei
Fiquei as voltas, a flor
Vivi teu furor
Maio acabou

Por Vitor C. Ramos

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24 de mai. de 2013

Parapeito

Sobre os pormenores do tempo
Lhes faço escravos do vento
Ponho sob o parapeito
Suspeito precipício

Entregando areia
O tempo devaneia
Vagueando entre os girassóis
Discorrendo sobre a rotina

Todas as estações
Sois só
Todos atrás da cortina
Todos, nós

Caia o tempo
Deixavam-se ao relento
Esperando o começo
Ventar

                                Passou milênio
                                Passou você
                                Eu
                                Passei

Passou o tempo
A ressaca
O parapeito hoje é rodapé
O vento virou maré

Por Vitor C. Ramos

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10 de mai. de 2013

Sobre Damas e Reis

Reinava
A graça
A raiva
Cheia
O puro suor em sangue

Chamando bela
A fera
Desgostosamente, riria
A sua infâmia
Beirando a incompetência

Reinava
A paz
A raiva
Vazia
A dor inflamada

O peito ardia
Os olhos secaram
Minhas mãos esgueiraram-se
Entrelaçaram-se as suas
Esqueço-me, tanta era a anarquia

Reinava
O amor
A raiva
Afasia
Acabei por nada saber

Padecendo
Sob azul manto
Ofuscou-me
O lado escuro de tua vista
O lado puro que via

Reinou
Por pouco durou
Vingou-se o tempo
A tempo
Todo perjúrio a se porvir

Acabou-se em chama
Queimou ainda em seu leito
Por puro veneno
Puro desapego
Ali morreu o amor

O Rei de nada
Vingou
A dama de quatro
Reinou
O pouco que durou

Por Vitor C. Ramos

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6 de mai. de 2013

Vício

Provocou
Me torceu o pescoço
A ver o céu
As curvas sob o lençol
Aos montes

Fez de mim refém
Me deixando no enrosco
O vício dos olhares
Me tentando
Me roubando

Invadindo meu elísio
Me forçando
Ao prazer do céu
O prazer no gosto
O precipício

Me embebia
Em beijos
Teu gosto
Teu rosto
Me tentando

Em medidas doses
De querer
Teu prazer
O teu gosto
Teu corpo exposto

Por Vitor C. Ramos

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5 de mai. de 2013

Éter

Ourava
Teus sabores
A saudade, o gosto de mar
O bulício matinal
As Tirivas berrando no varal
Calando-se pra ver
Despertar

Me corria aos olhos
Quando fugia
Detrás dos pilares tombados
Sob abóbada celestial
Deixava-me de olhos a sombra
O vazio ao lado
Cercado

Me deixou pra depois
Ao Sol se por, pois,
Eis o tempo tormento
Espiavam
Pássaros amaldiçoados
Esperando cair a tentação
Velado

O rosado
Afiado
O profundo abismo de teus olhos
Um banho levado
A noite, clara, silenciou
O mundo se fez ouvinte ao sereno
Ao doce desejo

Por Vitor C. Ramos

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23 de mar. de 2013

Reta

Sobre a natureza da vida
Torna-se melhor
Se esqueces a reta
Oblíqua a vida

Se fosse flores
Não caberia
Em pétala
Razão

Se for paixão
Não serve o outro
Se for cego
Feito reta

Reta
Que corta
Atravessa, apenas
Corta feito flecha

Sobre a natureza da vida
Torna-se realmente viva
Quando perde-mo-nos
Pelas tuas curvas

Por Vitor C. Ramos

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14 de mar. de 2013

Vista

Vejo
Do segundo andar
A folhagem da cerejeira
Quando o vento
O baixar da tarde
O Sol a se calar

             Emoldurando-se
             A perfeição

Esguia
Bela
Na segurança do lar
Borrada,
pelas cortinas,
a via

Um ar
Alguma inquietação
Sobre a situação

              Se repetia pelos dias
              Eu me calava a observar

A bruma se punha a fantasiar
Te vi olhar
Cobriu-se pelos lençóis
E correu
Cerrar os janelões

Escondida
Sabia...
Era vista!
E amanhã estará la
Como se fosse prazer
O mundo inteiro seduzir

Por Vitor C. Ramos

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Ruína

Fechado
De pés a porta
Impedia, vorazmente,
Uma brutal invasão
Irrupção de dementados

      Pobres miseráveis
      Afogam-se pelos pormenores da vida      
      Enquanto esta,
      Lhes foge aos sopros,
      Segundos contados à condenação

Facínoras...

Homicidas...

Celerados que se perdem
Que jamais o pedem...
Perdão

Lhes é habitual
Logo ao sopro matinal
O bulício da perdição

A lástima em incorporação
Isso posto
A pena, punição

Todos homens
O ser sem coração
O artista da destruíção

Por Vitor C. Ramos

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10 de mar. de 2013

Segundo

Se fosse eu
Falar sobre maturação
Diria da expansão
Explosão
Esvoaçadas no mundo
Se perdendo no breu

Minhas palavras
Inaudíveis
      Angústia febril
Eu vi
Tu viu
Entreolha-mo-nos

Por um segundo
Parava o mundo
Esperando-a
Se perder
E fui eu, com um arrepio
Senti

O tempo escorrido
Pecado que aguardou abril
A Lua viu
Vestindo a todo o luar
Se perdeu
Em teu olhar

As brumas do teu perfume
Ficaram ali
A mesma música a acompanhar
Nunca deixou de tocar
A eternidade
Se apaixonar

Um segundo
Todo o mundo
Um mundo
Um segundo
Apenas você
E eu

Por Vitor C. Ramos

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Belladona

São os ventos de março
Cortando, as partes, nosso verão
Mitigando algo de tesão
Escondido sobre tuas obscenas peças
Algo sobre as veras do sonho
Um rombo
O roubo

As cenas
Me passam com penar
Se encerrando assim
Sutilmente sob o, cadente, verde cetim
A esconder tua pele
Da altiva Lua a te caçar

Interrompeu-se por tua insensatez
Belladona
Tua sensibilidade mórbida
Alucinando qualquer lúcido, lúdico e apaixonado homem
Caídos ao doce sabor de teus encantos
Mortos, os que veemente desejam te ter um instante

Caímo-nos
Eis que por fim se perderam
Os sentimentos vêm e vão
Sutilmente, em vão
Se vão
Até aos mais certos de paixão

Por Vitor C. Ramos

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7 de mar. de 2013

Joaninha Rosa

Uma pequena Rosa
De costas
E asas abertas
Passava

Caiu sobre a palma
Escura
E suja
Caiu no mundo

Vermelha Rosa
Dengosa
Sobre a cama
Repousou

De nome Rosa
Minha pequena
Perdeu-se pela janela
Aberta à vida

Rosa
A joaninha, Rosa
Amada
Avoada

Prestou a alma vazia
Alguns minutos de companhia
Se fez ouvinte de um silêncio
Que jamais se via

Atravessando o tédio
Pegado a noite, desesperançosa
Acalentou alguns minutos
Zumbindo no ar, tentando voar em frente ao ventilador

Nos alcança
Inconstante
Que vem e vai
Mas que satisfaz

Num voo risonho
Se lança
À noite vazia
A vida de uma eterna criança

Deixando sobre meus lençóis
Apenas lembrança
Rosa
Amada

Deixo esquecer que te amo
Rosa
Deixo a tormenta
De lhe atormentar

Deixo o mundo esquecer de mim
Deixo esquecer
Pois o mundo é ruim
Tentando me deixar louco

Deixei-me padecer
Mesmo eu que não sou de me prender
Perdi
Perdi-me por ti

Sentei-me a janela
Pela manhã, esqueci
Que por ela te vi partir
Minha companhia

Joaninha Rosa.

Por Vitor C. Ramos

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20 de fev. de 2013

Injurias

A escuridão
Fechava um close
Teus olhos
O olhar em suspensão
A espreita, Argos o cão
Olhava o vazio, perdição

Os postes iluminando
Ambos olhares
Que olhares janela afora
Procurando a geração
Buscando tua redenção

Cuspindo fogo
Chorando sangue
E implorando perdão
Ele engana até quem crê que não
Falando com voz de solidão

Jura
E pede perdão
Sobre pedras
Sobre penas e ferro quente
Jura sobre teu coração
Jura que não

A alma vendida
Não engana ninguém,
Que chora a solidão da paixão,
Teus olhos estampam
Tuas palavras de corrupção

Por Vitor C. Ramos

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A caça

Leves passos dá
O caçador de sonhos
À bruma
Passos cegos
Etéreo

Bravo caçador,
Acostumado a morte
Busca seu lugar
Olhando ao nada
Ao redor

A morte
Feiticeira do esquecimento
Espreita a sombra da nuvem de cinzas
Assassinando as crianças
Enterrando vivas as lembranças

O vento
Delicado, ao vento
Soprava devagar pelas beiradas
Brincava com as folhas no chão
Balançando as asas da solidão
Levitando, vazio, seu coração

Perdido
E sem pistas a seguir
Seguia o caçador
O encanto do infinito
O horizonte perdido
Como se voasse em direção ao chão

Evitava jazer ao relento
Fugindo do sofrimento
O peso de nossas cabeças
O peso da lembrança
Sonhos em suspensão

Diferente
Sonhava a noite, acordado
Andando pela escuridão
Voando sentido a morte
Esperando o súbito corte

Perecendo
Pobre caçador de impossibilidades
Sonhou
Rendeu-se uma vez mais
Ao último pecado da civilização
Mortificado
Se encerrou o sonho

Por Vitor C. Ramos

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9 de fev. de 2013

Elar

Parecia música
A moça
Verdes tons
Eu me esquecia

Quando via
Se ia
Se vinha

Brincando
Com as rosas
Que deixei escapar

Silencia
Outro refrão
Versos explodirão

Os juntei
Em pedaços
No espaço

A musica
Em seus belos traços
A vontade de fugir
Viver além
Ali

Sob o alcance de olhar
Voltar
Deixei-a escapar

Por Vitor C. Ramos

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29 de jan. de 2013

Paciência

A dádiva
De um sonhador
Que dá ao tempo
Perdão

Quem dera
Eu fosse menos irracional
Perdi-me, no tempo
Sobre meu colchão

Sonhava-me de mãos cheias
Sobre tuas ancas
Dionisíacas

Esquecendo-as
Tolas exigências
Impertinências

Repetiam-me teu nome
Como se fosse eu a esquece-lo
Sufocando quaisquer reflexões

Alimentando inconsequências
Mantinha a lembrança
Algo como, esperança

Implacável
Tempo
No momento
Vem apenas acompanhante a dor

Ou se tem
Ou nada nunca terá
Paciência

Tempo
Como o teu
Merece perdão
A dor

Por Vitor C. Ramos

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Afinal

Não fazer ideia
Não fazer
Absolutamente
Ignorância
Sublime arte de ignorar
Sentada ao sol
Já nada sei
Recreação
Criação

Se sentindo
Estou
Corretamente
Sentindo
Ideal postura ante meu capitão
Sentido
Perdi-me todo
Em sua cara

Minha cara,
Irei esquecer
Espalharei tuas migalhas
Sobre as paredes
De minha privada
Afogarei tua muralha
Com flores
Rosas, vermelhas flores
Rasgando teu breu

Cercando
Secando
Cegando meu eu
Real plexo juvenil
Multíplice fatal
Análogas ao mundo irreal
De minha imaginação
Uma nova e completa
Versão

Expectativas
Inúmeras
E cansativas
Tentativas
Atrativas curvas
Invertidas tuas
Tua boca
Teus olhos
Teus calcanhares
Nua

Olhares
Paranoia
Delírio
Exalando
Pelo frio suor
Amor
Calor com calafrio
De tuas bochechas
Aos calcanhares

O tempo
O dia
Não é mortal
Pode-se chamar
Irreal
Imoral
O futuro é imortal
O passado, senil

O presente
Paraiso irreal
Ideal
Seremos juntos
Que meu corpo
Te abriga
Minha flor

Vão se acabando
Noites
O verão
Sem razão alguma
Velha música
Me algema
Me condena
Sou seu,
Afinal

Por Vitor C. Ramos

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23 de jan. de 2013

Sabor I

Sabor
O calor de tua boca
Em meu grosso, encardido,
Coração partido

Calor
O suave doce
O medo inconstante
Avariando o prumo de meu calcanhar

O bom do mar
Que seja,
Direi assim...
A mar!

Por Vitor C. Ramos

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21 de jan. de 2013

Reflexão

Refletido...
Outro
Como eu
E diferente

Um mundo
Como o meu
Outro eu
De outro mundo

Parei pra ver
Me reparou
Reparei
Refleti

Refletindo
Parecia o mesmo tempo
Do outro lado
Ao contrário

Era passado,
E futuro.
Presente
Como se lesse a minha mente

Eramos nós
De todos os jeitos
Uma tropa de mim
Todos nós

A real versão
De todos.
O todo
De tudo

A realidade
Espelhada
Acima do impossível
A verdade.


Por Vitor C. Ramos

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Refletir é como entrar em uma sala de espelhos, você pode ver tudo de todos os ângulos, e todos os seus desdobramentos, as reflexões da realidade e do tempo. Refletindo, se perde o presente, para se ver o passado e ganhar no futuro. Pense...
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Saberei

Não sei,
Se hei de ser,
Serei,
Ser Rei.

Se sei,
Errei,
Pensei
E demorei

Se Rei,
Nada sei
Serei,
O não ser

Não ser
Ser nada,
Ou ser Rei
Nada serei

Não sei mais nada
De nada
Adianta ser
E nada saber

Antes saber
E nada ser
Que ser
E nada saber

Serei nada
E serei rei
Serei rei de nada
Rei do saber

Saberei

Por Vitor C. Ramos

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Aberturas

Deixe
A conversa
Sobre os pássaros a tua janela
Pare agora
Antes que caia, tarde,
Dê uma olhada
Repare
Qualquer modo
Mude
Se quiser...
Mude

Já cansei das mesmas voltas
Sempre as mesmas
Portas
As mesmas
Janelas
A quebrar a sombra
Fazer anexo,
O resto
Tudo que foge
As minhas sombras

Sobras de tudo
Um mundo
Inteiro
Imundo
Ao tempo
Se faltar
Será apenas
Arrependimento
Assim sem fim

Como o tempo
Imperfeito
E Pretérito
Lembrara apenas como...
Homérico
Há o menor prazer
Da lembrança
Vendo, feito criança
A roda solta
E você
Presa a lembrança

Deixe o parapeito
As migalhas de teus pardais
Deixe tudo para trás
As conversas
As tardes
Teus varais
O tempo é novo
Mude
Ame de novo
Mas jamais ame
Outro bobo

Por Vitor C. Ramos

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17 de jan. de 2013

Torpor

Não há
Sobre ela
O que falar

História
Essa inexiste
Sobre o tempo

O tempo
Passou
Acabou

Tive tempo,
Cavei,
Enterrei.

Perdi meu tempo
Sobre o mato roçado
Esperei

Sobre o tempo
Esqueci
Aquecido, sonhei

A terra virada
Apenas lembrava
O que eu enterrava

Pouco a pouco
Traguei
Com amargo pesar

Memórias
Cristalizadas
Esquecidas pela baixa maré

Parei a olhar
Admirei,
Olhar

Parei a ver
De ser
E de sentir

Se houver quem
Consentir
Um dia hei de sentir

Inalterado,
O estado de torpor
Agora se instala

Austero,
Esperando o inverno a chegar,
Entoando a cadencia da alma

Sentado estarei
Já cansei
Tentei

Pelas janelas
Vejo meu quintal
Pelas raízes

A terra virada
Tela do passado
O sopro da memória mortificada

A última palavra
O último vislumbre
A última batida

Por Vitor C. Ramos

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