Leves passos dá
O caçador de sonhos
À bruma
Passos cegos
Etéreo
Bravo caçador,
Acostumado a morte
Busca seu lugar
Olhando ao nada
Ao redor
A morte
Feiticeira do esquecimento
Espreita a sombra da nuvem de cinzas
Assassinando as crianças
Enterrando vivas as lembranças
O vento
Delicado, ao vento
Soprava devagar pelas beiradas
Brincava com as folhas no chão
Balançando as asas da solidão
Levitando, vazio, seu coração
Perdido
E sem pistas a seguir
Seguia o caçador
O encanto do infinito
O horizonte perdido
Como se voasse em direção ao chão
Evitava jazer ao relento
Fugindo do sofrimento
O peso de nossas cabeças
O peso da lembrança
Sonhos em suspensão
Diferente
Sonhava a noite, acordado
Andando pela escuridão
Voando sentido a morte
Esperando o súbito corte
Perecendo
Pobre caçador de impossibilidades
Sonhou
Rendeu-se uma vez mais
Ao último pecado da civilização
Mortificado
Se encerrou o sonho
Por Vitor C. Ramos
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