20 de fev. de 2013

A caça

Leves passos dá
O caçador de sonhos
À bruma
Passos cegos
Etéreo

Bravo caçador,
Acostumado a morte
Busca seu lugar
Olhando ao nada
Ao redor

A morte
Feiticeira do esquecimento
Espreita a sombra da nuvem de cinzas
Assassinando as crianças
Enterrando vivas as lembranças

O vento
Delicado, ao vento
Soprava devagar pelas beiradas
Brincava com as folhas no chão
Balançando as asas da solidão
Levitando, vazio, seu coração

Perdido
E sem pistas a seguir
Seguia o caçador
O encanto do infinito
O horizonte perdido
Como se voasse em direção ao chão

Evitava jazer ao relento
Fugindo do sofrimento
O peso de nossas cabeças
O peso da lembrança
Sonhos em suspensão

Diferente
Sonhava a noite, acordado
Andando pela escuridão
Voando sentido a morte
Esperando o súbito corte

Perecendo
Pobre caçador de impossibilidades
Sonhou
Rendeu-se uma vez mais
Ao último pecado da civilização
Mortificado
Se encerrou o sonho

Por Vitor C. Ramos

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigado ! *

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