22 de set. de 2012

Obra

Diria que
A obra
Não chamaria de heróica

A obra que vejo
E lhe escrevo
Seria definitiva
Bela
A majestade dos versos
De seus avessos
Tensos
Extensos

Diria,
A voz que ecoa,
Sobre minha nau
Frígida

Nem espera
Aquecer a luz
Luzia
A lâmina contra toda esfera
A mente aturdida
Sacudia
Sobre o mais belo manto

Cobrindo-a toda
Teu sangue
Misturava-se
Pútrido e límpido
A água
De minhas lágrimas

Cessando o pranto
De pronto
Encontro
Os olhos ao fundo da página
E ponto

Um ponto a morte
Pro espanto
A obra se encerra
Bela
Inteira
Inacabada
Inacabável

Por Vitor C. Ramos

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Afogado

Sobre o podre cordame
De tuas guias
Caí

Bêbado
Enrolado

Senti
Santa Maria
Entre remadas

Alugado
Abandonado

Descansei
Sob o peito de morte
Me aportei

Esquecido
Arrependido

Esqueci-me
Tudo
Silenciou

Prostrado
Saqueado

Entre castiçais
Sob a noite
Vazia

Naveguei
Me afoguei

Novamente
Afoguei-me

Por Vitor C. Ramos

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Sabiá

Gente grande...

Sabiá
O tamanho que queria ter
Um pequeno alpinista
Um grande arritmista
Sobre o compaço
Asco

E do bico
Saltavam palavras
Soletrava insultos
Turvos
Suntuosas ameaças

Caía por chão
Sem nenhuma atenção
A se porvir

Gritou
Até incomodou
De nada adiantou

Pobre
Sabiá
Queria ser grande
E sem saber
Era mais

Sabiá
Ser poeta
Poetar

Cantar
Sem se ouvir
Gritar sem saber a quem
Sabiá então voou
E nunca mais voltou

Por Vitor C. Ramos

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Assombração

Escondia-se
Ranhenta
Sob a luz do Sol

Vestia-se a caráter
A cobaia social
Inventada e
Reinventada
A cada mudança comportamental

Andava sorrateira
Sendo
O que diziam ser

Sumia toda
Quando despida
Não sobrava
Sequer a sombra
Do que havia

A alma
De ninguém
É tão vazia

Não havia nada
Sem carne
Sem sombra
Assombração
De toda e qualquer opinião

Por Vitor C. Ramos

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9 de set. de 2012

Linda Bela

Recusei por vezes
Entorpecer-me
Contigo
Banhar-me na onda
De água e gasolina

Admirei
Secretamente mergulhei
Nadando sobre a distância
Que não deveria existir
Entre ambos os corações

Vi teus olhos
Juntos aos meus
Tantas
E tantas
Que esqueci de contar
E cantar

Sente meus dedos
Passando com o vento em teus cabelos
A milhas de distância
Ao som das curvas do Jacarandá

Ocupava todo
Eu
Me enchia em seu olhar
Esqueci de movimentar
Sobre o corpo torto do Jacarandá

Esqueci que anunciava
Precocemente
Uma saída
Tua ida
Pro outro lado da avenida

Assisti
De pé, a uma esquina
Teus olhos cruzarem a sombra da Lua
Longe de chegar
Em qualquer lugar

Longe de mim
Jamais a verei
Com os mesmo olhos
Que tinha durante minha canção

Agora
O silêncio invade meu aposento
Apagando aos poucos
Segundos
Todos os momentos

Em uma parte
Suspensa
Será sempre
Sempre será como era ontem
Os olhos a admirar

Linda Bela
Toda ela
Tendo o Luar para ofuscar
Me parando ao cantar
Me lembrando de amar

Por Vitor C. Ramos

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Carta II


Escrevo
Com todas as palavras
Toscas
Bobas
Que escrevera em sua carta


Adeus!

Por Vitor C. Ramos

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